sexta-feira, 9 de agosto de 2013

AIDS, a casa dos números

Muitos anos após a descoberta do vírus HIV (Human Immunodeficiency Virus) muito pouco se tem ouvido da descoberta de uma suposta "cura" para a AIDS (Acquired Immunodeficiency Syndrome). Aliás, você sabe a diferença entre AIDS e HIV? 

Enquanto a indústria farmacêutica fatura milhões de dólares com a venda  de medicamentos que se dizem eficientes no combate do HIV, do outro lado, renomados cientistas ainda discutem se o tal vírus realmente existe. Em meio disso, as pessoas que são consideradas portadoras do vírus permanecem sujeitas às mazelas provocadas pelos diversos efeitos colaterais de uma medicação ineficaz. 

Por que o continente africano é a região mais assolada pela AIDS? O Critério de Bangui criado para identificar casos de afecções causadas pelo vírus HIV baseia-se somente em observações clínicas como perda de peso, febre alta dentre outros, não há exame de sangue. Exames mais apurados necessitaria de mais tecnologia e recursos, duas coisas que muitos países africanos não dispõem. Dessa forma, muitos pacientes subnutridos foram diagnosticados como soro positivo. Isso fez com que a estatística sobre a contaminação com HIV atingisse números absurdos. A grande pergunta que fica é: o que estamos realmente tentando combater? Até mesmo o virologista francês Luc Montagnier, um dos responsáveis pelo descobrimento do HIV disse que o papel desse vírus na causa da AIDS "continua a ser indeterminado".
Outro ponto polêmico é: o quão confiáveis são os nossos testes de HIV? Não há 99% de certeza. Existem vários tipos de testes e cada país possui um teste distinto do outro. É muito provável que se um índio, completamente isolado do contato com a civilização, fizesse todos os tipos de teste de HIV que existem hoje, um deles apresentaria um resultado positivo. Aí você poderia pensar "Meu Deus, o HIV se propagou no mundo inteiro!". A proposição é tão ridícula quanto o grau de confiabilidade que damos para esses testes. Leonard Mlodnow mostra em seu livro 'O andar do bêbado', como a estatística desses testes pode ser traiçoeira. Qualquer pessoa pode ser diagnosticado como um falso-positivo muito facilmente. É probabilidade. E devemos acrescentar vários outros erros intrínsecos a esse tipo de exame como erro do método, do operador... a lista vai longe.

Em que acreditar? Como diz um velho ditado, existem três tipos de verdades: a minha, a sua e a verdadeira. Até agora só vimos um lado dessa história. Precisamos ser mais críticos e atentos para promover melhores soluções. O fato é que somos muito condescendentes com todo o tipo de informação que nos chega aos ouvidos. Isso precisa ser mudado. Uma informação sem questionamento, sem compreensão acaba por ser aceita como verdade absoluta. É como meu pai sempre me dizia que uma mentira bem contada, acaba tornando-se uma verdade.


Tudo isso e muito mais está relatado nesse sensacional documentário chamado AIDS, A Casa dos Números. Nele, várias personagens da ciência, jornalistas investigativos e presidentes de ONGs são indagados sobre a AIDS e suas causas. A realidade é que não há consenso nem mesmo entre as autoridades mais competentes sobre o assunto. É como minha professora de orgânica, Rosana, me disse uma vez: onde quer que exista a certeza, que eu leve a dúvida. 


Um ótimo documentário a todos.







sábado, 6 de abril de 2013

Profissão cientista não existe no Brasil

Olá a todos!

Uma das mais inquietantes perguntas que nos fazem quando ainda somos crianças é: "O que você vai querer ser quando crescer?". A resposta, é por sinal, bastante complexa, tendo em vista o grande número de carreiras e profissões que existem hoje, as quais podemos escolher. Pois bem, mas se você escolheu ser um cientista, sinto muito em lhe informar que esta profissão não existe... pelo menos não no Brasil.

O programa Roda Viva do dia 25/03 teve como convidada a neurocientista Dra. Suzana Herculano-Houzel. Ela falou sobre vários assuntos, bastante interessantes (vale a pena ver a entrevista na íntegra aqui). Todavia, o que me mais me chamou a atenção foi o seu ponto de vista sobre como é fazer ciência e como é ser um cientista no país. A Dra. Herculano-Houzel também é a autora do famoso e polêmico texto "Você quer mesmo ser um cientista?" publicado no ano passado em seu blog.

Você que é pesquisador, mestrando ou doutorando... recomendo que assista esse vídeo. Vale a pena. Abraços a todos.


Número de Ouro



A Matemática não se resume a propriedades, fórmulas e regras. Existem alguns números especiais que são tão onipresentes, que nunca deixam de nos surpreender. O mais famoso deles é o número Pi (π), que é a razão entre a circunferência de qualquer círculo e seu diâmetro.O valor de Pi, 3,14159…, tem fascinado muitas gerações de matemáticos. Embora tenha sido originalmente definido na geometria, o Pi aparece muito frequente e inesperadamente no cálculo de probabilidades.


Menos conhecido que o Pi é um outro número, o Fi (Φ), que, em muitos aspectos, é ainda mais fascinante. Suponha que eu lhe pergunte: o que o encantador arranjo de pétalas numa rosa vermelha, o famoso quadro “O Sacramento da Última Ceia”, de Salvador Dalí, as magníficas conchas espirais de moluscos e a procriação de coelhos têm em comum?


É difícil de acreditar, mas esses exemplos bem díspares têm em comum certo número, ou proporção geométrica, conhecido desde a Antiguidade, um número que no século XIX recebeu o título honorífico de “Número Áureo”, “Razão Áurea” e “Seção Áurea”. Um livro publicado na Itália no começo do século XVI chegou a chamar essa razão de “Proporção Divina”.O valor exato da Razão Áurea é o número que nunca termina e nunca se repete 1,6180339887…, e esses números que nunca terminam têm intrigado os homens desde a Antiguidade.


Diz uma história que quando o matemático grego Hipasos de Metaponto descobriu, no século V a.C., que a Razão Áurea é um número que não é nem inteiro (como os familiares 1, 2, 3…) nem razão de dois números inteiros como as frações 1/2, 2/3, 3/4,…, (conhecidos coletivamente como números racionais),isso deixou totalmente chocados os outros seguidores do famoso matemático Pitágoras (os pitagóricos).

A visão de mundo dos pitagóricos era baseada numa admiração extrema pelos arithmos — as propriedades intrínsecas dos números inteiros ou suas razões — e seu suposto papel no Cosmo. A descoberta de que existiam números como a Razão Áurea que continuam para sempre sem exibir qualquer repetição ou padrão causou uma verdadeira crise filosófica.


Reza a lenda que, aturdidos com a estupenda descoberta, os pitagóricos sacrificaram, apavorados, cem bois, embora isso pareça ser bastante improvável, já que os pitagóricos eram estritamente vegetarianos. A data exata da descoberta de números que não são inteiros nem frações, conhecidos como números irracionais, não é conhecida com grau algum de certeza.


O que é claro é que os pitagóricos basicamente acreditavam que a existência de tais números era tão horrível que devia (a existência) representar algum tipo de erro cósmico, algo que deveria ser suprimido e guardado em segredo.

Mas por que tanto alvoroço em torno disso? O que faz desse número, ou proporção geométrica, algo tão interessante que deva merecer toda essa atenção?

A atratividade do “Número Áureo” origina-se, antes de tudo, do fato de que ele tem um jeito quase sobrenatural de surgir onde menos se espera.

Veja a demonstração algébrica da Razão Áurea clicando AQUI!

Algumas partes da anatomia humana onde podemos encontramos a proporção áurea. Em destaque na imagem abaixo a mão humana e suas medidas proporcionais.


Essas proporções anatômicas foram bem representadas pelo Homem Vitruviano, obra de Leonardo Da Vinci. O Homem Vitruviano é um desenho famoso que acompanhava as notas que Leonardo da Vinci fez ao redor do ano 1490 num dos seus diários. Descreve uma figura masculina desnuda separadamente e simultaneamente em duas posições sobrepostas com os braços inscritos num círculo e num quadrado. A cabeça é calculada como sendo um oitavo da altura total. Às vezes, o desenho e o texto são chamados de Cânone das Proporções.


"Meçam a distância do ombro às pontas dos dedos, e então dividam-na pela distância do cotovelo às pontas dos dedos. Outra vez PHI. Mais uma? Anca ao chão a dividir por joelho ao chão. PHI. Articulação dos dedos das mãos. Dos pés. Divisões espinais. PHI, PHI, PHI. Meus amigos, cada um de vocês é um tributo ambulante à Proporção Divina." (Trecho retirado do livro "O Código Da Vinci de Dan Brown).


OUTRAS PROPORÇÕES INTRIGANTES NA NATUREZA

FIGURA 1
Observamos a Golden Proportion nas folhas de uma planta. Elas são arranjadas de forma espiral ao longo do galho, não impedindo a luz do sol em nenhuma das folhas. A soma dos dois primeiros passos da espiral, começando do topo é igual ao tamanho do próximo passo, por exemplo, A+B=C, B+C=D, etc.
FIGURA 2






Consideremos que exista um padrão helicoidal [para a esquerda ou para a direita] para as folhas em torno do caule. Cada conjunto de 3 folhas consecutivas [1,2,3] nascem formando um mesmo ângulo entre 1 e 2 e entre 2 e 3, mantendo uma certa distância ao longo do caule.


Na Figura 2 , a folha 3 forma um mesmo ângulo com 2 da mesma forma que a folha 2 forma com 1. Admitimos o mesmo padrão para todas as folhas restantes. Podemos identificar o período p como o número de voltas necessárias até nascer uma nova folha se sobrepondo à primeira e m indicará o número de folhas por período, neste caso, p=2 e m=5. Numerosas experiências com plantas mostraram que p e m assumem mais frequentemente valores como 1, 2, 3, 5, 8, 13, ..., que são os números da seqüência de Fibonacci.

Existem também exceções, mas os números de Fibonacci ocorrem tão freqüentemente que não podem ser explicados como casuais. Os biólogos tentaram explicar a predominância dos números de Fibonacci na Filotaxia. A simetria das folhas pode dar equilíbrio ao caule e também facilitar a exposição à luz, mas a ciência está longe de uma explicação satisfatória.